quarta-feira, 5 de março de 2014

Discutindo a Relação

Tira que sai na edição de março (#80) da Revista da Cultura - que fala sobre os 50 anos do Golpe de 64.
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20 comentários:

  1. Tenho grande receio de tirinhas assim. Elas se prestam a perpetuar a ignorância do brasileiro em relação à sua história. A verdade é que já existia guerrilha no Brasil desde o ano 61. Os comunistas iam treinar guerrilha em Cuba, inclusive José Dirceu fez isso. Infelizmente, hoje as pessoas só leem wikipedia, mas até nesse caso ela poderia ser útil (http://pt.wikipedia.org/wiki/Luta_armada_de_esquerda_no_Brasil), mas para não sofrer com argumentos do tipo (nossa, wikipedia! argh!), lá vão mais alguns fontes, que obviamente não serão lidas (as pessoas preferem ler wikipedia e ao mesmo tempo xingá-la) :

    Sobre a ameaça comunista, já ouviram falar do Grupo dos Onze fundado em 1962 por Leonel Brizola e Luis Carlos Prestes, financiado pela URSS, em PLENO GOVERNO JANGO, inspirado na Revolução Cubana que já enviava militantes para serem treinados em Cuba?
    (http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/12328-guerrilha-comunista-no-brasil.html)

    (http://cbn.globoradio.globo.com/hotsites/grupo-dos-onze/GRUPO-DOS-ONZE.htm)

    (http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=4886&cat=Ensaios&vinda=S)

    Livros:
    Luís Mir, em seu livro "A Revolução Impossível", da Editora Best Seller, mostra que Cuba já financiava e treinava guerrilheiros brasileiros desde 1961, durante o governo Jânio Quadros. O mesmo mostra Denise Rollemberg em seu livro "O apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil", publicado pela Editora Muad, em 2001.

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  2. O comunismo matou cem milhões de pessoas, isso o que foi contabilizado. Matou mais do que o nazismo! Só a ilha de Cuba matou cem mil! No entanto, Fidel é considerado um herói. Até onde vai essa demência, essa burrice que não permite que as pessoas façam uma simples conta aritmética? Imagina um regime comunista implantado no Brasil? Imagina que estaria no comando hoje? Um Lula, um Dirceu, não só roubando, mas matando muita gente!

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  3. A burrice aritmética é a mesma que não permite contabilizar todas as pessoas que já morreram de fome, miséria em países capitalistas, acorrentadas em máquinas durante a Revolução Industrial, nos países africanos massacrados pelo imperialismo europeu e americano (que, como sabemos, são comunistas), nos rincões do Brasil onde ainda há trabalho escravo (somos comunistas?), nas favelas, nos campos, nas secas do nordeste, toda essa gente pobre e miserável que nasce, cresce e morre sem chance de ter uma vida digna. Tudo cortesia do capitalismo, amiguinhos. Não me venham com esse papinho vagabundo de meritocracia porque existe muita gente no mundo que não tem oportunidade nenhuma e padece por falta dessas oportunidades. Pode por isso na conta do capitalismo, negada. Vamos calcular? Acho lamentável que nessas alturas do campeonato ainda existam mongolóides que repitam por aí que "só o comunismo matou, que o capitalismo é um santinho que não matou ninguém". Vão estudar um pouco de história e se informar, bando de energúmeno.

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  4. e, para o anônimo aí de cima, que quer justificar a derrubada de um presidente eleito democraticamente em nome de uma paranoia anti-comunista, queria lembrar que o senhor Joaão Goulart (que o senhor reputa como sendo o implantador da suposta ditadura comunista no brasil) vinha de uma família de ricos estancieiros do Rio Grande do Sul, grandes proprietários de terra muito pouco interessados em comunismo. João Goulart era um herdeiro político de Getúlio Vargas e do trabalhismo (corrente que, apesar de ser de esquerda, repudiava o comunismo, caso os senhores não saibam). Achar que ligas camponesas recém-criadas e o grupo de Brizola (que fazia muito barulho e agia pouco) poderiam implantar o comunismo no Brasil não é apenas ingenuidade política mas desinformação e falta de honestidade intelectual. Nós sabemos muito bem o que aconteceu em 64: militares vendidos e pagadores de pau de americanos, grupos de mídia e jornais e empresários brasileiros se cagando de medo de meras reformas de base (reformas agrárias, diálogos com sindicatos e setores populares) e de um governo que não estava facilitando para o capital internacional distorceram os fatos e amplificaram o discurso radical das ligas e dos sindicatos para justificar seu golpismo. Apenas isso. Porque a elite medieval brasileira é assim: qualquer mínima reforma para modernizar o Brasil vira uma gritaria de golpe comunista. Fazer reforma agrária, ouvir os sindicatos, melhorar salários, fazer políticas de transferência de renda e AUMENTAR A CLASSE MÉDIA não é comunismo, é o mínimo que se pode fazer para que um país seja minimamente civilizado, imbecis. é assim que fizeram os países para quem vocês pagam tanto pau (como os EUA, por exemplo). então, queridinhos, vão ler, vão se informar um pouquinho mais e vamos parar de papagaiar o discursos de jornalão, caserna e tiozão conservador do almoço de natal, ok?

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    1. Achei sensacional a sua resposta, Claudius. Vc parece ser uma pessoa bem informada e politizada.

      Infelizmente, eu começo a achar que nem o Anônimo reacionário aí de cima, nem você, têm razão.

      Os direitistas são levados pela propaganda oficial a desejar a manutenção do sistema que os oprime. O cara é levado a acreditar que está escolhendo entre o "menor dos males", porque comunista come criancinha no jantar.

      Já os esquerdistas radicais como vc e outros que conheço, vivem uma ilusão, um desejo infantil por uma utopia que jamais vai se realizar. O grande erro do pensamento de esquerda, na minha opinião, é achar que o ser humano é intrinsecamente bom e o que o torna mau é o sistema. Isso não é verdade. Não se pode eximir a personalidade e o caráter de responsabilidade pelos atos de um ser humano. A classe média reacionária tem medo de gente que queima dentista vivo, que estupra criança e espanca velhinho para roubar uns trocados da aposentadoria. E quer saber? Ela está certa. Porque quem faz isso não tem o direito de se esconder atrás da opressão do sistema. Essa pessoa é ruim por natureza, sua índole é doentia. Por isso temos criminosos e trabalhadores em todas as classes sociais.

      Sinceramente, meu amigo, o melhor caminho para o comunismo começar a ser entendido e aceito pela classe média reacionária brasileira seria deixar de lado essa vocação para desculpar bandido. No dia em que um comunista me disser que bandido pobre é tão mau quanto bandido rico, eu vou começar a ter alguma esperança no futuro. Até lá, essa briga entre direita e esquerda jamais terá fim.

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    2. Em primeiro lugar não sou assim tão esquerdista e nem assim tão radical. Em segundo lugar, eu queria saber onde diabos eu disse que gente que queima dentista, estupra criança ou mata velhinho deve ser desculpada pelos problemas sociais. Quem comete crime hediondo deve ser punido pelo crime hediondo, ora bolas. Agora se você estiver se referindo à campanha sensacionalista e casuísta com temas como diminuição de maioridade penal, defesa de justiçamento e linchamento que a classe média repete papagaiando a mídia conservadora, acho, sim, uma imbecilidade das maiores. Porque a gente não vê a classe média pregar o linchamento nem tortura pública do filho do Eike Batista (que estava há mais de 120 km/h e atropelou e matou um ciclista) mas vê classe média clamar pela morte de um pobre preto que bateu uma carteira. Não defendo linchamento de ninguém, sou partidário dos direitos humanos (coisa e hoje virou quase um sacrilégio para essa nossa classe covarde). Enfim, como diz o próprio Ricardo Coimbra aqui: essa é a marca do covarde, ser subserviente com o grande e autoritário com o pequeno. Talvez seja esse tipo de coisa que você esteja confundindo com defesa de bandido (termo bem reacionário, se você quer mesmo minha opinião). Agora, pra aprofundar a sua questão um pouco mais: se você acha que em vez de distribuir a renda e modernizar o país o melhor é o endurecimento de lei e carta branca para a Polícia sair matando, informo a você que a questão é essa. As cadeias estão lotadas e garanto a você que a maioria é pobre e negra. será que o fato de ser pobre e negra não mostra uma certa "seletividade" da justiça? Digo a você uma coisa: isso que tanto te assusta quando acontece com dentista queimado e velhinho espancado SEMPRE ACONTECEU nas favelas e nos rincões desse país. Isso que você chama de violência alarmante é um dado social muito mais do que um dado individual. A violência urbana que te assusta e chega a ser um dado estatístico é, sim, ligada á questão social. Acho que não dá mais pra achar que a questão social é caso de polícia e que dá pra reesolvê-la sem distribuir renda e sem democratizar o acesso à educação, à saúde, á mordia e ao emprego.

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    3. E, só pra linkar com o tema da tira do Ricardo: tudo o que eu acabei de falar sobre os componentes sociais são problemas que stavm começando a ser atacados de frente quando nossas elites e classe médias jecas e covardes resolveram pelo chilique golpista e pelo fim do diálogo ( que é a marca o regime democrático). enfim, como alei em cima com o anônimo reacinha: fazer essas reformas não é golpe comunista, é tirar o Brasil da Idade Média - coisa que seria boa pra mim, pra você, pro pobre, pra classe média e pra elite.

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    4. Eu não disse que você, especificamente, defende que crimes hediondos são perdoáveis por conta do sistema. O que eu disse é que esse é o pensamento da esquerda. A responsabilidade individual fica sempre em segundo o plano, porque a culpa de todos os males do mundo é sempre do Capital, do Estado e de outras entidades abstratas.

      Coisas como a redução da maioridade penal parecem cruéis e ainda mais opressoras, mas são necessárias, porque criminosos se escondem atrás de menores de idade para agir livremente à margem da lei. Quem tem capacidade de tirar uma vida tem que ser punido por isso, independente da idade.

      Acho que a questão social é realmente complexa e não se resolve com apenas um tipo de medida. Não adianta investir pesado em educação, se não houver justiça e punição para todas as classes. Não adianta distribuir renda e não investir em infraestrutura para que o país cresça e possa oferecer mais empregos e melhores salários.

      O que eu tentei dizer, e talvez não tenha sido entendido, é que os extremos não são a melhor solução. A impressão que tenho algumas vezes é que só existem os extremos. Fascismo ou Anarquismo, Liberalismo ou Comunismo. As coisas não precisam ser assim. A verdadeira busca deveria ser pelo ponto de equilíbrio, que dê oportunidades a todos, mas premie os mais aptos e esforçados.

      Segundo Churchill, "o capitalismo distribui de forma desigual a riqueza e o comunismo distribui de forma igual a pobreza".

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    5. curioso você falar em combater os extremismos ao responder um texto meu, que nada tem de extremista e imputando a mim todas as cagadas que debatedores de esquerda possam, porventura, ter expressado alguma vez. é exatamente esse comportamento que atrapalha o debate e o consenso. você não respondeu sequer a uma das minhas proposições. é o velho truque do debate com o espantalho: você pega o que eu disse, transforma num espantalho e luta contra o espantalho. me desculpe a franqueza. não vejo nenhum esquerdista de respeito defendendo que a culpa individual não existe. vejo, sim, esquerdistas defendendo que um fenômeno quando chega ao ponto de se tornar estatístico é porque tem base numa tendência social e não individual. ou será que o fato de existirem mais pobres que ricos nas cadeias significa que os pobres são mais naturalmente criminosos que os ricos. perigosa essa tua ideia e já foi historicamente usada para justificar e encobrir muita limpeza étnica, social e política eugenista por aí. quanto à redução da maioridade penal me mostre um dado, um estudo de respeito acadêmico, um case de sucesso em que a redução da maioridade penal foi aplicada e funcionou. um único. agora, não faltam indícios do que acontece qando você alica apenas repressão sobre uma base social fragilizada, com altos índices de pobreza e pouco desenvolvimento humano com no brasil.

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    6. outra coisa: vou repetir porque parece que você não entendeu. não se trata de uma discussão sobre capitalismo X comunismo. se trata de tirar o brasil da IDADE MÉDIA, de desenvolver o brasil. e isso nada tem a ver o neoliberalismo e o papinho babaca de frequentador do fórum von mises. não adianta construí ponte, estrada, porto, aeroporto com massa esfomeados. Deus sabe o quanto tenho críticas a fazer ao PT e à esquerda como um todo mas eles pelo menos fizeram o que precisava ser feito: política social. não há mais como não admitir que o bolsa família deu certo, os números provam. mais mães em casa, mais crianças na escola (porque com as mães em casa acompanhando a molecada estuda mais), menos mortalidade infantil, números melhores na educação básica. primeiro você alimenta as pessoas, dá acesso à saúde, depois as qualifica. e isso não é comunismo. é condição básica para COMPETIR NO CAPITALISMO GLOBAL, irmãozinho.

      Ps. 1: você escreveu “Quem tem capacidade de tirar uma vida tem que ser punido por isso, independente da idade.” Imagino que sua legislação também preveja a punição para crianças de 5 anos e animais.

      Ps. 2: essa citação ridícula do Churchill só pode ser brincadeira com a minha cara, né, fera?

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    7. Você é inteligente mas parece ter muita dificuldade em interpretar um texto. Não imputei nada a você pessoalmente. O que fiz foi identificar um tom esquerdista nos seus comentários e generalizar isso para falar sobre ideias mais gerais, tentando levar para um lado impessoal. Achei que eu finalmente tinha encontrado um esquerdista com quem eu conseguiria trocar ideias em alto nível e não ficar apenas nos julgamentos pessoais. Infelizmente não foi dessa vez. A busca continua. Abs.

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  5. Uma das primeiras coisas que um futuro regime militar provavelmente faria, seria restringir acesso de internet.

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  6. Nossa... depois daquela citação do Churchill, acabou a discussão. As pessoas não pensam antes de sair reproduzindo as coisas? Mas talvez em uma questão o tal do Jefferson tenha razão: talvez as pessoas sejam “intrinsecamente” más. Existe muita literatura a respeito, uma das mais famosas, o romance de tese “O Senhor das Moscas”, de William Golding. Não é preciso passar por Rousseau, Hobbes e cia pra entender que o Estado é um moderador de certos impulsos humanos. Também não é preciso mergulhar em pesados livros (na verdade, É preciso, mas vamos deixar assim) para perceber que os mecanismos de poder, utilizados por criaturas falhas (que somos) a partir de uma estrutura desde séculos comprometida (como a que temos) dá margem pra muitos equívocos. Não temos o Estado ideal e não temos a democracia ideal. Beleza (não tá beleza nada, é só figura de retórica). Acho que não os temos porque não somos as pessoas ideais também. Somos intrinsecamente maus, o camarada já lembrou. O malvadão do Stalin, o malvadão do Fidel, o malvadão do Mao... ich, tem malvadão de esquerda que não acaba mais. E longe de mim querer desmerecer a crítica do amigo pela via da ridicularização. Não é isso. Reconheço os supracitados como os caras cruéis que foram. O foda é ter de aguentar ESSE tipo de argumento pra validar as opiniõezinhas reaças desta gente “politizada” via Jornal Nacional e Veja (entre tantos outros). Quando o cara vem falar de diminuição da maioridade penal, já dá pra ver o naipe da sua formação ético-filosófica-política, já dá pra ver o distanciamento que uma criatura dessas tem do mundo de verdade que rola lá fora. Um mundo feio pra caramba, meu amigo. Não preciso escrever nada aqui que o Claudius já não tenha dito: se formos debitar na conta certa as mortes de inocentes mundo afora, os esquerdões malvadões não dão nem pro cheiro. Não que isso os redima de algum modo. O que quero dizer é que as coisas, do jeito que estão, ainda são muito ruins pra uma massa gigantesca de pessoas. Dentro dessa falta de representação do Estado, os não contemplados vão se virando do jeito que podem. Eles fazem merda muitas vezes, mas isso não tira a legitimidade das suas reivindicações. Não dá pra fazer sempre “bonitinho”, pelas vias democráticas (porque se trata de uma democracia precária, isso já foi entendido, né?). Do mesmo modo, um programa social não vai ser implementado sem que ocorram irregularidades aqui e ali. “Os caras do MST vendem suas terras depois dos assentamentos”. “Tem mãe parindo crianças pra ganhar mais Bolsa-famíla”. “A Lei Maria da Penha protege muita mulher sacana que quer prejudicar o cara”. “A Lei da Palmada é um absurdo...”. Os críticos de ocasião são bons em pinçar exemplos aqui e ali e ignorar a abrangência de certas iniciativas. Claro, são estes recortes parciais que aparecem na grande imprensa e é essa a “verdade” que os “indignados com tudo isso que tá aí” se encarregam de difundir. Vejam bem: não se trata de defender bandido, se trata de perceber porque este país produz bandidos. Não se trata de defender baderna, se trata de reconhecer que esgotaram-se quaisquer outras vias de reivindicação. Não se trata de inocentar os comunistas de outrora, trata-se de levar essa coisa toda mais a sério, pô. Se o amigo aí de cima vem com essa conversa de que “tem que matar bandido”, assim, sem contextualizar, sem fazer um mínimo de estudo sociológico, buenas... tá provado o seu ponto de vista: o homem não é bom.
    Menos mal (ou menos maus) é que tem gente tentando melhorar, camaradinha. Apesar de vocês.

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    1. Onde foi que eu disse que tem que matar bandido? Me mostre onde foi que eu falei mal do bolsa família, da lei maria da penha e das reivindicações violentas?
      Você foi ótimo na ironia, mas péssimo na interpretação do texto, exatamente como seu colega Claudius. É por isso que não dá pra conversar com vocês, porque ficam espumando e rosnando como cães raivosos em vez de tentar argumentar. É fácil ficar rotulando as pessoas como "reaça", "coxinha" e outras porcarias. Difícil é tentar abrir os ouvidos às ideias divergentes. Por favor, não cite mais meu nome.

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    2. Em tempo, só mais um detalhe: eu nunca disse que só existem "malvadões" de esquerda. Stalin e Mao sem dúvidas eram genocidas, mas a direita produziu seres humanos desprezíveis como Mussolini e Hitler. É por causa disso que não dá pra conversar com pessoas como você, Telmo. Esse maniqueísmo simplista e essa vontade de arrotar intelectualidade ("não é preciso mergulhar em pesados livros...") nublam a capacidade de vocês de abrir os ouvidos.
      Eu me orgulho de ser uma pessoa aberta ao diálogo e a mudar de ideia sempre que achar necessário. No entanto, para meu infortúnio, toda vez que tento dialogar com pessoas de pensamento divergente elas preferem me julgar a tentar expor seu próprio ponto de vista.

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  7. Caro J., vou usar as tuas próprias palavras, ok: “... o que fiz foi identificar um tom esquerdista (no teu caso, direitista) nos seus comentários e generalizar isso para falar sobre ideias mais gerais, tentando levar para um lado impessoal”. Foi o que eu fiz também. O fato de ter citado o teu nome uma ou duas vezes é porque você botou a cara a tapa, mas nem te conheço, pra mim você é um, dentre milhões neste país, que estão se deixando levar pelas informações erradas. Não sei por que você ficou tão mordido. Você me acusa de intolerante porque não concordo com você. Peraí, não estamos tendo uma discussão? Vou concordar na hora em que você me convencer do seu ponto de vista. Infelizmente, poucos debatedores são bons no exercício dialético. Não tenho muitas ilusões quanto a isso. Espero é que pessoas inteligentes leiam a tirinha genial lá em cima, depois leiam esses comentários e tirem boas conclusões. Você diz que os caras de esquerda “espumam e rosnam como cães raivosos”. Você me acusa de maniqueísta e simplista. Desculpe, brother, mas eu tô falando numa boa (embora tivesse todo o direito de vociferar e espernear, tem horas que cansa ser explorado). Você tem um discurso contemporizador. “...os extremos não são a melhor solução”. “...a verdadeira busca deveria ser pelo ponto de equilíbrio, que dê oportunidades a todos...”. Filosoficamente, não acho que esteja errado, mas na prática essa conversa não ajuda muito. Você prega bons modos e etiqueta pra uma gente esfaimada. Como bem disse o outro brother, primeiro você arruma a casa, depois pensa no resto.
    Você também quer discutir em “alto nível”, mas fazer referência a livros, pra você, é “arrotar intelectualidade”. Diga lá, amigão, qual é o jeito certo pra gente se entender?
    Falando em livros, sugiro um, bem fininho, de bolso, leitura rápida, ainda que nada relaxante (não exclusivamente pra você, não leve tão pro lado pessoal desta vez): O Que o Tio Sam Realmente Quer? Noam Chomsky. Saiu pela UNB. Além daquela história de os EUA terem financiado o Golpe no Brasil (que o primeiro comentarista – pra lá de reaça – lá em cima parece ignorar), você terá novos malvadões de direita pra elencar nos seus escritos quando for discutir com outras pessoas (Hitler e Mussolini ninguém leva a sério mais). Esses são malvadões de gabinete, malvadões políticos que vêm nos fodendo a vida desde sempre. Malvadões que fizeram da América Latina o seu quintal, que fizeram da minha (e de outras) uma geração perdida. Malvadões responsáveis, com a conivência de alguns filhos da puta aqui de dentro, pelos nossos vergonhosos índices em educação, saúde, infraestrutura, etc, etc, etc. Isso parece estar fugindo um pouco do assunto inicial aqui, mas tem tudo a ver, acredite. É essa filhadaputice histórica que hoje legitima as convulsões sociais mais extremadas.
    Mas sim, deve ser bem difícil julgar corretamente essas coisas no conforto de casa e com a cabeça feita pela grande imprensa.

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    1. Caro T., talvez eu tenha realmente me excedido no meu comentário anterior. Normalmente não sou assim tão agressivo. Então, vamos por partes:
      1 - Não tenho nada contra citar livros num debate, muito pelo contrário, isso é essencial. O que me irrita é que pensadores de esquerda costumam citar livros e, ao mesmo tempo, acusar pensadores de direita de serem politizados através da Veja e da Globo. É a isso que chamo arrotar intelectualidade. Ora, se você não respeita a capacidade intelectual do seu oponente, porque se dá ao trabalho de responder e argumentar? Esquerdistas sempre partem do pressuposto de que opiniões de direita, via de regra, são oriundas de alienação.
      2 - Eu venho tentando, há algum tempo, manter diálogos com pessoas de pensamento divergente ao meu, mas está muito complicado. Isso porque eu não sou de extrema direita, ao contrário, tenho muitos pensamentos que seriam classificados como de esquerda: sou ateu, sou a favor da legalização do aborto e das políticas sociais, principalmente as que se referem à área da saúde, do saneamento básico e da educação, condições essenciais e direitos de todo ser humano (infelizmente sabemos que poucos têm). Não obstante, quando digo que sou a favor da redução da maioridade penal ou que prefiro a livre iniciativa e a economia de mercado ao modelo engessado e arcaico de economia socialista, sou automaticamente rotulado com reacionário e jogado no mesmo pacote de figuras nefastas como Maluf, Lobão e Bolsonaro.
      Isso é muito irritante! Simplesmente não dá pra dialogar com quem acha que pode te diminuir e te rotular sem conhecer de fato seu pensamento.
      3 - Você diz que falou numa boa e que generalizou, mas pegou a citação que eu fiz do Churchill e achincalhou como se fosse a coisa mais absurda do mundo: "as pessoas não pensam antes de sair reproduzindo as coisas?"
      Se isso é falar numa boa, então meus conceitos precisam ser revistos. Aliás, no que diz respeito a esse aforismo do Churchill, o que te leva a crer que ele seja assim tão absurdo? Me diga qual país socialista tornou sua população rica? Qual país socialista viveu na fartura de recursos materiais e tecnológicos? Eu sei muito bem que o comunismo não prega a pobreza, ao contrário, essas condições acontecem nestes países porque antes de se tornarem socialistas eles já eram muito pobres, então não havia riqueza a ser partilhada. Talvez, se os países escandinavos se tornassem socialistas conseguiríamos ver o sonho de Marx realizado, mas isso não invalida o que Churchill disse, porque ele se baseou na realidade e não na utopia.
      Obrigado pela sugestão do livro, vou lê-lo logo após o "boa noite" do Bonner. Certamente será mais interessante do que a Veja. (Não queria ser irônico, mas não resisti...) abs

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  8. Caralho, olha esses joselitos escrevendo teses de doutorado por causa de uma tirinha sobre a ditadura.

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    1. É, tem um monte de babaca com muito tempo livre nesse mundo.

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  9. Eu ia dizer que a tirinha está errada porque o defensor da ditadura não seria um militar caquético, e, sim, um jovem, lá pelos 30, com as mãos calejadas de tanto jogar vídeo-game... Mas os comentários aqui são irretocáveis, e suportam minha tese melhor que qualquer argumentação que eu faça.

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